terça-feira, 27 de agosto de 2013

Um café e um bate papo

Acordei melancólica naquele dia. Sentia que precisava de uma longa conversa para mudar esse tipo de humor. Fui à procura de conselho, de rezas, e de paz. Enquanto pensava nos problemas e na persistência daquele sentimento em mim, ela me convidou a sentar. Segurou na minha mão, perguntou o meu nome e me ofereceu um café. Eu que costumo toma-lo sem açúcar senti um doce sabor de aconchego, compartilhado na mesma xícara, rústica, com aquela sábia senhora. Não fumo, mas seu cigarrinho de palha nem me incomodava. Estava ávida por suas palavras e fitei com atenção os seus olhos. Aquela velha senhora, preta, vestida de branco, que segurava minhas mãos como quem quisesse me fazer “escutar com os olhos” seus conselhos, falou-me coisas lindas de Deus, de coragem, de ternura, de persistência, de cuidado e de amor. Presenteou-me com um pequeno terço e tentou me ensinar a rezar, disse que eu preciso me aproximar de Deus, do meu anjo da guarda, com aquelas palavras que achei engraçadas: “vó sabe”, “vó fala pra você”. Não vi o tempo passar, mas quando me dei conta já falávamos há mais de hora. Ela falava muito mais. E me acalmava. Entre o café e o bate papo, uma bênção, um caloroso abraço, e encontrei a paz. Uma paz com sabor de simplicidade, de sabedoria, de alegria e de festa. Era festa, era música, era gira de preto velho.

2 comentários:

  1. Respostas
    1. Obrigada Eli!!! volte sempre!!
      não consegui comentar no seu blog, mas lá no face eu passo sempre pra ver tuas receitas! bjo

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